Sopra neste cansado corpo
uma brisa quente de verão.
Resgata-me docemente,
dá-me asas de fogo branco...
Quero voar deste campo morto
e poisar no teu coração.
Sopra, sopra levemente...
agarra a minha mão.
Afogo-me pela manhã
numa onda de lençóis,
frescos e soltos
brancos e longos,
de um mar de amores revoltos.
Procuro num abraço,
em todo esse espaço
por um floco de nuvem que não é meu
e num reflexo de sol
embrulho-te um beijo quente de céu.
Grito,
de olhos fechados
por ti.
Solto,
fantasmas de um peito rasgado
em mim.
Grito,
por um amor louco
sem fim.
Sinto,
em cores de fogo enlaçado
que por ti...
não desisti.
Quando fecho os meus olhos,
ainda posso ver o teu rosto angelical.
O meu corpo reclama o teu
numa imagem rara de prazer especial.
Posso sentir o teu abraço apertado
por um tempo infinito
e nesse laço de calor,
nesse ninho perfeito,
todos os medos se desfazem do meu peito.
Posso ver ainda o teu sorriso,
sentir o teu toque delicado,
receber amor branco e ardente
numa ausência aberta de pecado.
Mas quando abro os meus olhos
deste sonho de cor,
sinto-me cego e fechado
mas repleto de amor.
São amores cruzando céus
Aves largando véus
É a candura
Que perdura
De uma vida morta dencanto
Em fundo escuro e branco.